Estágio de pesquisa em um dos melhores hospitais do mundo nos EUA.
Hoje trago um relato mais pessoal sobre como consegui minha posição de pesquisa médica – research fellowship – na Mayo Clinic mesmo sem um histórico forte em pesquisa na área. Espero que possa ajudar e inspirar vocês de alguma forma.
Ser interessante começa por se interessar.
O que me levou até lá foi uma combinação de soft skills, estratégia e, claro, a clássica tentativa e erro.
Existem três caminhos tradicionais para conseguir uma vaga em de pesquisa/research:
os canais formais (como sites institucionais, LinkedIn, X):
1) O networking já estabelecido (quando
2) Alguém te indica ou te conecta com alguém),
3) E os famosos cold e-mails – assunto que daria um post só para eles.
Como muitos que estão nessa jornada, tive meus momentos de síndrome do impostor. Depois de enviar dezenas de cold e-mails bem pensados e personalizados, e não receber uma única resposta, veio o pensamento: “Nem pra responder um e-mail? Será que eu realmente tenho algo a oferecer?”. Parte da insegurança vinha da minha falta de experiência consistente em pesquisa e isso é um dos requisitos mais valorizados nesse tipo de aplicação.
Foi aí que decidi mudar o foco: se os PIs pareciam inacessíveis na minha cabeça de impostor, por que não tentar me aproximar de quem já havia conseguido o que eu buscava, os atuais research fellows? Essas pessoas estavam exatamente onde eu queria chegar e acreditei que poderiam ser mais acessíveis, mais empáticas, e talvez mais abertas a compartilhar o caminho.
Mas eu sabia que não adiantava chegar com um pedido direto e genérico. Então escolhi outro caminho: pesquisei sobre a trajetória dessas pessoas, entendi seus interesses e comecei a interagir com elas de forma genuína no X. Puxei conversa, fiz perguntas, fui gente boa — sem pressa e sem desespero. A ideia era criar uma conexão de verdade, não simplesmente “vender meu peixe”. Até porque uma das partes mais legais desse processo é justamente essa: conhecer pessoas incríveis.
E foi assim que, sem pedir diretamente, surgiram as oportunidades. Consegui três entrevistas na Mayo Clinic. Duas delas vieram de fellows que nem sabiam que eu já havia tentado entrar para o time deles por cold e-mails. Foram essas pessoas, após eu ter causado uma boa impressão, que se ofereceram para falar com o PI responsável por elas, mesmo sem eu ter diretamente solicitado nada.
Essa é só uma das várias estratégias possíveis e nem é necessariamente a mais eficaz. Mas funcionou pra mim, então achei que valia compartilhar pelo potencial de inspirar ou ajudar alguém. Claro que teve um pouco de sorte em encontrar com pessoas generosas e dispostas a ajudar, mas o principal aprendizado foi: mostrar interesse de forma genuína te torna alguém interessante e isso abre portas.
Espero que meu relato possa te ajudar de alguma!
Até mais,
Diego Westgeest