Insights sobre minha preparação para o Step 1 USMLE, estratégia de estudo e a importância de ter uma Comunidade.

Iza, Bella, “menina das watch parties” – no time Jornada e na Comunidade Scrubs tenho vários nomes: tudo está valendo! Adoro responder às perguntas de vocês e tentar conhecer cada um, e também sou uma das mentoras do Step 1 Personalizado.

É lindo falar assim, né? Parece que foi tão fácil para nós que fazemos parte do time, parece que gente sabe muito e você que está lendo não sabe nada…  Mas vim aqui hoje para desmistificar isso e te contar um pouco da minha trajetória no mundo do USMLE – como eu fiz tudo aquilo que falam para a gente não fazer…

Foi uma caminhada cheia de erros, becos sem saída, recomeços e algumas lágrimas (que ainda não acabou)… 

Quando criança eu morei nos Estados Unidos e desde então tive o sonho de voltar para lá. A medicina foi uma escolha “no-brainer” (não tive nem que pensar): com um pai médico que já tinha feito a sua residência nos Estados Unidos, meu plano foi seguir os seus passos. Entrei na faculdade em 2017 já falando de revalidação.

O meu First Aid é a edição de 2018, para vocês terem uma ideia (escrevo esse artigo em 2024).

Tudo que aprendi sobre o processo foi de forma arcaica (como os incas e os maias): procurando no Google, lendo o ECFMG booklet, lendo todos os relatos do grupo de Facebook “USMLE Brasil”. Durante toda a faculdade, todos os meus colegas acostumaram a me ver com aquele livrão na mão, lendo sozinha na biblioteca (sim, lendo o First Aid). Eu era a única estudando para o processo, eu não conhecia os materiais online, então comprei um livro texto de cada matéria daquela lista recomendada no fim do First Aid (pode ir lá conferir, você nunca reparou, mas estava lá).

Em uma das minhas pesquisas aprendi sobre o Anki, e comecei a fazer minhas próprias cartas, vi vários vídeos sobre como mexer naquele aplicativo, descobri os vídeos do Physeo, e isso revolucionou o meu estudo – comecei finalmente a “andar” com a matéria. Na minha cabeça estava criado o meu plano: ia estudar toda a matéria, ver todos os 100+ vídeos do Physeo, para depois fazer os exercícios – não queria “gastar” o famoso UWorld. Estão se identificando? Me achando louca? Morrendo de dó? Todos os acima?

Nesse meio tempo arrumei um Observership, porque já tinha lido sobre o tanto que era importante! Eu não sabia nada e até hoje me arrependo por ter “queimado” essa oportunidade. E aí, estourou a pandemia. Como eu já estava na segunda metade do curso, fiquei 100% à toa em casa. Foi aí que resolvi “engrenar” nos estudos.

Nesse momento já tinha visto muitos vídeos, então devia estar na hora de começar o UW né? E claro: já que estou começando as questões, por que não pagar a prova?? Tendo uma “data limite” a gente fica mais motivado, né? …

A resposta é: não, não marque a prova sem fazer simulados. Acham que os NBMEs tinham passado batido nessa loucura? Não! Eu fiz um monte, quase morri em todos, mas sempre justificava no final, afinal: eu não tinha terminado de ver toda a matéria… Com a prova marcada, eu suava para fazer minhas questões do UW, dar conta da faculdade e fazer o Anki.

Precisei atrasar minha prova, perder minha prova e me dar conta de que ia ter que começar o estudo “todo de novo”.

Quem diria que a qualidade da correção ia ser mais importante do que a quantidade de questões feitas? Quem diria que eu não ia lembrar de NADA das milhões de horas que gastei vendo vídeos e que o meu First Aid 2018 estaria 100% pichado e incompreensível? 

Aí me falaram de uma menina da UFMG, que estava dando várias dicas do processo. Era o primeiro que eu já tinha visto (seguia inclusive vários americanos, mas nunca didáticos como ela): assim conheci o perfil da Leti (@leticiapretti). Ganhei o Jornada Médica USA de presente, reconfigurei o meu Anki, comecei a repensar todo o meu estudo – me rendi ao estudo ativo.

Essas foram alguns dos tropeços do meu processo. Quando comecei a estudar da forma correta, com a orientação do André, da Letícia e com o apoio dos meus amigos do Jornada, o PASS no Step 1 saiu em 9 meses.

Me empenhei então em ajudar novos alunos para que não cometessem os mesmos erros que eu (e como eu cometi TODOS, ficou fácil mostrar o what not to do), e quase morri de alegria ao ser convidada para participar da Comunidade Scrubs! 

Hoje estou aqui para mostrar que só não consegue quem desiste, que é só ter constância e perseverança que o resultado vem. É necessário confiar no processo, honrar a sua promessa a você mesmo. Vim aqui mostrar que todos os clichês do USMLE são reais. Vou continuar errando e vou continuar contando para vocês, porque os erros são apenas isso: oportunidades de aprendizado.

Vamos errando, aprendendo, recomeçando, persistindo, sempre juntos – daqui a pouco comemoraremos juntos também! 

Contem comigo e com toda a nossa Comunidade sempre que precisarem de um ombro amigo, um conselho, um puxão de orelha. Precisando de um Study Buddy, estou sempre no Study Room! E, mais importantemente, lembre-se que somos sempre o resultado dos nossos esforços. Não desista!! 

Com muito carinho, 

Iza