Aprender medicina em inglês (ou inglês médico) pode ser um desafio. Aqui vão algumas dicas do que fazer para melhorar o seu inglês e erros para serem evitados.
Aprender inglês médico vai muito além de decorar termos técnicos. Envolve compreensão real, fluência prática e segurança para ler artigos, responder questões do USMLE e se comunicar com pacientes, preceptores e toda a equipe de saúde. Mas muitos médicos acabam cometendo erros que travam o processo de aprendizagem e melhora do inglês necessário para se comunicar em um ambiente médico/hospitalar em inglês. Aqui estão alguns erros comuns — e como evitá-los:
1. Focar só em vocabulário técnico: É claro que você precisa saber o que é myocardial infarction, thyroid storm, CAD (Coronary Artery Disease), CABG (Coronary Artery Bypass Graft) e HEENT: Head, Ears, Eyes, Nose, Throat, mas ignorar o inglês “clínico do dia a dia” pode te prejudicar. Termos como follow-up, work-up, ruled out e complains of aparecem o tempo todo e fazem parte da comunicação tanto com o time, quanto com o paciente. Solução: estude inglês com casos clínicos e converse com quem já teve ou tem experiência com essa situação.
2. Traduzir tudo mentalmente: Pensar no seu idioma materno e ficar dependendo da tradução simultânea atrasa seu raciocínio e te impede de pensar diretamente em inglês. Isso pode ser um problema, especialmente em provas cronometradas como o USMLE. Treine leitura e escuta ativa em inglês, sem recorrer ao português o tempo todo. Tente formular o seu raciocínio em inglês.
3. Estudar de forma passiva: Só assistir vídeo-aulas ou ler textos não garante retenção de conhecimento (já falamos sobre métodos de estudo aqui). Você precisa praticar ativamente. Usar flashcards com spaced repetition (como no Anki), repetir em voz alta o que escuta e tentar explicar com as suas palavras o que você acabou de aprender são formas de estudo ativo que vão ajudar você a melhorar o seu inglês (e o seu conhecimento).
4. Ignorar a pronúncia: Você pode até escrever bem, mas se não entende ou não é entendido em conversas, terá dificuldades em entrevistas, estágios e durante a sua residência ou fellow. Cuidado: pronúncia é diferente de sotaque! O que queremos dizer aqui não é que você precisa falar como um nativo, mas que a forma como você pronuncia as palavras vai impactar diretamente na sua comunicação em inglês. Reserve tempo para escutar inglês médico com atenção e praticar fala em voz alta.
5. Estudar sem estratégia: Fazer um pouco de tudo, sem constância nem foco nos seus pontos fracos, só gera frustração e não vai te permitir chegar muito longe. Monte um plano semanal com metas específicas, revisões periódicas e foco no seu contexto real. Quando, como e onde você consegue encaixar o seu estudo de inglês para aprimorar essa ferramenta?
6. Não treinar escuta com sotaques diferentes
Muitos alunos se acostumam apenas com o inglês americano padrão de vídeos didáticos. Mas na prática clínica e nas provas orais, você vai encontrar médicos e pacientes de diferentes nacionalidade e com diferentes sotaques. A falta de exposição pode causar estranheza, dificuldade no entendimento e na comunicação. Solução: varie suas fontes de escuta — assista a entrevistas, podcasts médicos e filmes, simulações e tudo o que você puder encontrar de material com inglês em diferentes sotaques.
Aprender inglês médico exige mais do que estudar “quando dá”. Com os métodos certos, foco nos erros mais comuns e prática constante, seu progresso pode ser muito mais rápido e assertivo. Seu inglês pode (e deve) ser uma ponte, não um bloqueio, na sua carreira internacional.
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Nos vemos na próxima!
